A presidente Dilma desembarca, esta terça-feira (dia 13), na Paraíba, com algumas missões. Uma delas, obviamente, será visitar as obras da Transposição de Águas do São Francisco, e tentar desfazer a imagem de ser indiferente ao sofrimento dos nordestinos. Mais que isso: de se ser desatenciosa com a Paraíba, onde não esteve na campanha de 2010.

Mas, também virá tentar promover uma pacificação em torno de sua base aliada. Trocando em miúdos: Dilma vai insistir para que Wilson Santiago, com seu PTB, e Aguinaldo Ribeiro, com seu PP, não fechem aliança com o PSB de Ricardo Coutinho e, especialmente, o PSDB de Cássio Cunha Lima. Ou seja, que se estabeleçam na coligação com o PT.

O governador Ricardo Coutinho voltou a disparar contra o senador Cássio Cunha Lima. Pelo visto, RC ainda não perdoou o tucano pelo recente rompimento. Durante solenidade em Santa Rita, na entrega de casas do programa ProMorar, o governador disse que foi irresponsabilidade do Governo Cássio não ter entregue as casas antes, se o contrato foi assinado em 2004.

“Isto foi irresponsabilidade do Governo, porque esse contrato foi assinado há dez anos, e não construíram as casas por omissão, incompetência e as pessoas ficaram sem as casas”, afirmou o governador, com uma crítica diretamente reservada ao senador Cássio. RC também aproveitou para afirmar que o tucano não tem credibilidade para criticar a insegurança no Estado…

A Paraíba poderá ter, a partir de 2015, obras de duplicação da BR-230 no trecho entre Campina Grande e Cajazeiras. Pelo menos foi o que garantiu o ministro César Borges (Transportes) ao senador Vital Filho esta segunda-feira (dia 12): “O ministro garantiu que a proposta de duplicação, colocada por mim no Plano Plurianual (PPA), terá recursos designados para a obra.”

Segundo o ministro, o trecho inicial, cujas obras devem começar no início do próximo ano, vai de Campina Grande à localidade conhecida como Farinha. Vital deve ter encontro com o ministro, ainda esta semana, em Brasília, para tratar dos detalhes de encaminhamento das obras. “Será uma das principais obras viárias da Paraíba”, comemorou o senador do PMDB.

Foi curiosa a declaração dada pelo deputado Ruy Carneiro, presidente estadual do PSDB, admitindo uma aproximação com o PMDB de Veneziano, se não no primeiro turno, mas, com certeza, no segundo turno. Segundo Ruy, há conversações entre lideranças dos dois partidos, para encontrar um ponto de convergência na disputa ao Governo do Estado.

Parece ser uma resposta a recentes declarações do governador Ricardo Coutinho, admitindo procurar o PMDB para tentar uma coligação já em primeiro turno. A iniciativa de Ricardo, no entanto, foi rechaçada por diversos setores do partido. O ex-governador Zé Maranhão chegou a afirmar que, no passado, já havia sido aliado de RC, mas “a experiência não foi boa”.

Eis que a polêmica sobre a elegibilidade do senador Cássio Cunha Lima voltou à ordem do dia. Primeiro, quando o próprio Cássio, apesar de se considerar elegível, admitiu uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral para tirar a prova dos nove, depois com a criação de um banco de dados no Ministério Público Federal com pessoas atingidas pela Lei da Ficha Limpa, onde ele poderá constar.

Advogados simpatizantes de Cássio afirmam que ele é elegível, ancorados em decisões do TSE para casos semelhantes, com entendimento favorável. Também lembram que, se ele estiver inelegível por todo ano de 2014 (oito anos contando da eleição de 2006), talvez não esteja mais em janeiro de 2015, quando poderia, em caso de vitória, tomar posse tranquilamente.

O final de semana foi de turbulências para o deputado e ex-ministro Aguinaldo Ribeiro. Tudo começou quando a Revista Veja noticiou que, ainda esta semana, Ribeiro iria romper com a orientação do Palácio do Planalto e anunciar apoio à candidatura do senador Cássio Cunha Lima. A informação caiu como uma bomba às vésperas da visita da presidente Dilma à Paraíba (nesta terça, dia 13).

Diante de toda repercussão, Aguinaldo apressou-se em afirmar, no domingo, que a informação não tinha procedência. Chegou mesmo a afirmar que foi notinha plantada por pessoas que, antes, tinham conspirado contra sua indicação para o Ministério das Cidades. Resposta pouco convincente, convenhamos. Quem foram as pessoas que conspiraram contra sua nomeação para o Ministério?

Agora é oficial. O PT finalmente bateu o martelo, neste sábado (dia 10), para a aliança em primeiro turno com o PMDB de Veneziano. O prefeito Luciano Cartaxo e o presidente Charlinton Machado formalizaram a decisão. Porém, ainda mantendo o estilo tipo tortura lenta, o partido só irá definir sua participação na chapa dia 20.

De qualquer forma, há uma certeza da composição, para assegurar um palanque à presidente Dilma… Que chega na próxima terça-feira (dia 13), para inaugurar um trecho das obras da Transposição do São Francisco, já dentro de uma perspectiva da manutenção da aliança PT-PMDB, num momento difícil de oscilação de sua candidatura.

O senador Cássio Cunha Lima, aparentemente estimulado pelas pesquisas que mostram crescimento da candidatura de Aécio Neves a presidente, resolveu intensificar o tiroteio contra o governador Ricardo Coutinho. E está usando um instrumento que certamente será muito usado em sua campanha: vídeos com as promessas de Ricardo na campanha de 2010.

Aliás, há na Internet (youtube.com) um vasto acervo de declarações do então candidato RC, fazendo candentes promessas, que não conseguiu cumprir em seus três anos e meio (ou 35 anos, como se queira) de Governo. Uma delas, a afirmação de que resolveria o problema da insegurança na Paraíba em apenas seis meses de gestão. A realidade cuidou de desmontar seus discurso.

O ex-prefeito Veneziano considerou uma declaração de fragilidade, o governador Ricardo Coutinho propor uma aliança com o PMDB, sob o argumento de que a disputa ao Governo estaria polarizada entre ele e o senador Cássio Cunha Lima: “É claramente uma demonstração de fragilidade, atestando sua dificuldade de forma uma chapa.”

“O governador vem enfrentando muitas dificuldades, basta verificarmos como a sua bancada na Assembleia ficou acéfala por várias semanas, porque ele não encontrou um só deputado disposto a ser o líder. Ele foi obrigado a articular a licença de dois deputados, para poder trazer Hervázio de volta para a Casa”, pontou o candidato peemedebista ao Governo.