Por que o governador chamou os jornalistas de trogloditas?
A vigilância sanitária precisa conferir a qualidade da lagosta e da água servida aos moradores da Granja Santana, meu caro Paiakan. Num momento, o governador Ricardo Coutinho sinaliza indigestão e chama os jornalistas de “bando de trogloditas”. Noutro, a primeira-dama, Pâmela Bório, claramente indisposta, investe contra deputados estaduais.
A indigestão do governador ocorreu durante a solenidade de assinatura de um novo lote do Canal Acauã/Araçagi, nesta quarta (dia 25), com o ministro Fernando Bezerra (Integração). Ao ser abordado pela Imprensa quanto a recentes declarações do senador Cássio Cunha Lima, críticas à sua gestão, RC se aborreceu com o cerco dos profissionais: “Vocês mais parecem um bando de trogloditas!”
Criou-se o mal-estar, mas a entrevista prosseguiu e RC jurou não ter visto “absolutamente nada” nas declarações de Cássio. E, pra não perder a viagem, emendou: “Eu estou aqui pra trabalhar, eu estou feliz de estar assinando essa ordem de serviço, amanhã inauguro hospital de traumatologia, na próxima sexta inauguraremos o binário da Liberdade, temos um mil km de estradas”. E seguiu por ai.
A indisposição de Pâmela aconteceu contra os deputados que se recusaram a subscrever a concessão de seu título de cidadã. Pâmela disparou especialmente contra as deputadas Daniella Ribeiro e Olenka Maranhão, mas sobrou congestões também para Anísio Maia, Gervásio Filho, Janduhy Carneiro, Frei Anastácio e Caio Roberto. Mais em bit.ly/1eGS6UZ .
Impressiona a coincidência das agressões e mais ainda esse surto de mau-humor do governador e da primeira-dama. Obviamente, fica a dúvida sobre o que tem motivado reações tão furibundas. Há quem aposte, meu caro Rubens Nóbrega, que o governador sofreu muito com as recentes declarações do senador Cássio. Estaria, usando um jargão da aviação (algo tão em moda no Estado), em processo de despressurização.
Ou, quem sabe, o azedume poderia ser resultado das declarações do vice-prefeito, Nonato Bandeira, afirmando que o governador vistoria obras da Prefeitura, porque não tem obras no Estado: “Ele nem faz e nem quer que os outros façam.” Ou pode ser ainda essa refrega com o prefeito Luciano Cartaxo, negando-se a ceder os terrenos onde a Prefeitura pretende construir os terminais de integração.
Se não for nada disso, então só convocando o pessoal da vigilância sanitária. Tem algo ofendendo aos comensais da Granja Santana.